As 8 softs skills mais importantes para programadores
31 de Outubro de 2022
O presente em que vivemos dá-nos pistas suficientes para apontarmos para um futuro cada vez mais tecnológico, onde a inteligência artificial será decisiva para a concretização de tarefas e, de uma forma geral, para a digitalização de negócios. Com isso, emerge a necessidade de desenvolvermos, como profissionais, competências que nos permitam agregar valor a todo o nosso trabalho e, por conseguinte, apresentarmos uma qualidade superior face àquilo que possa ser concretizado através de máquinas.
Assim, contrariando o estereótipo que possa ter já existido de que um programador não necessita de competências sociais, acreditamos que, por melhor técnica que exista, a qualidade de um projeto é determinada por fatores resultantes de um bom ambiente de trabalho, onde a constante comunicação, colaboração e a criatividade são imperativos.
No contexto atual, em que os profissionais demonstram cada vez mais e melhores valências técnicas, acreditamos que as características sociais poderão ocupar, num futuro não tão longínquo, um papel predominante nos processos de recrutamento face às competências técnicas.
Quais as diferenças entre hard e soft skills?
Apesar de poder parecer tudo o mesmo, existe uma grande diferença entre umas competências e outras e que, no fim, poderão realmente ser decisivas para o teu sucesso. Se, por um lado, as hard skills são aquelas que irão definir a qualidade da execução do teu trabalho de um ponto de vista técnico, quer sejas programador, analista, designer ou outro, por outro, existem competências sociais que são fundamentais em qualquer profissão e na vida em geral.
Por que motivo também é importante desenvolveres as tuas soft skills
As competências sociais, ou soft skills, ou também competências não técnicas, dizem respeito às capacidades interpessoais - algo subjetivo, que entendemos ser tão importante como o desenvolvimento de capacidades técnicas. Não só profissionais das áreas das tecnologias de informação, mas transversalmente por todas as áreas, as pessoas tendem a concentrar todo o seu tempo e esforço na aquisição de novas competências técnicas. Contudo, acreditamos que é no equilíbrio entre os dois tipos de valências que um profissional poderá alcançar o seu máximo potencial. É importante saberes que numa entrevista de emprego o mais importante não será apenas e exclusivamente aquilo que desempenhas tecnicamente, mas também de que forma trazes as tuas competências transversais para a solução do problema.
Por outro lado, ao longo da tua carreira, são as competências sociais que irão permitir-te rumar até novos horizontes, se souberes aproveitar as oportunidades que estas te irão proporcionar. Talvez nunca tenhas refletido sobre isto, mas experimenta reserva algum tempo para analisar algumas tecnologias que surgiram no passado. Algumas, de facto, perduraram, mas outras, não tiveram grande adesão ou viram um pico maior de popularidade antes de serem substituídas por outras mais recentes e mais efetivas. Em contraste, apresentares em público, trabalhares em equipa, desenvolveres a tua capacidade crítica e criativa é intemporal e, uma vez desenvolvidas, serão valiosas para o resto da tua vida e não apenas por um determinado período.
As soft skills podem ser aprendidas como as hard skills?
Absolutamente. Da mesma forma que aprendes uma nova tecnologia, uma nova framework ou um processo, também podes aprender competências sociais como acontece com as técnicas. A prática poderá conduzir-te até ao domínio daquilo que pretendes, desde que faças os devidos ajustes ao longo da jornada. Se para seres um melhor developer, o melhor a fazer é programar regular e sistematicamente, a realidade não é diferente ser pretendes ser melhor comunicador ou aperfeiçoar a tua forma de trabalhar em grupo. Assim, tal como qualquer competência técnica que queiras aperfeiçoar, as soft skills também podem ser aprendidas e treinadas em qualquer momento da tua carreira profissional.
Quais as soft skills mais importante para developers
Comunicação
Esta será sem dúvida umas das competências que poderá ser realmente um game changer para ti. Lembra-te que, se trabalhas em IT, é muito provável que domines uma linguagem técnica que outras pessoas não terão o mesmo acesso ou entendimento. O objetivo passa por explicar tópicos difíceis, à tua equipa ou não, com mais ou menos competências digitais, de uma forma digerível pelo utilizador comum. Lembra-te de adicionar ao teu discurso uma boa dose de confiança e clareza, pois assim terás maior adesão ao teu discurso se a tua linguagem não verbal for convincente e congruente com o que estás a comunicar. E como a comunicação é sempre um meio de duas vias, é importante saberes ouvir. Por isso, quando alguém fala, mantém-te concentrado e escuta ativamente. Em concordância com o teu discurso deverá estar a tua capacidade escrita, pois também é uma forma de te expressares.
Inteligência emocional
Muitas vezes, algo tão simples como ter a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro, mesmo que só por uns instantes, é francamente negligenciada. Quanto mais tecnológicos somos, mais fechados com as máquinas tendemos a ser. Acontece que, frequentemente, alguns problemas de desenvolvimento poderiam ser mitigados com um toque genuíno de empatia e de consciência, onde existe uma compreensão profunda, seja do utilizador final ou do intermediário do projeto.
Sentido de gestão
Mesmo que não ocupes um cargo de gestão ou, de uma forma direta, não estejas a gerir pessoas ou projetos, tens em mãos a responsabilidade de gerires o teu tempo e as tarefas, o que exigirá igualmente um grande compromisso e empenho da tua parte. Esta é sem dúvida uma competência não técnica que deves dominar e que mais poderá sobressair aos olhos dos recrutadores, porque na prática, mesmo se não gerires pessoas, será a tua capacidade de gerir prazos, tarefas e expectativas que te vai tornar num profissional capaz de efetuar estimativas sólidas e viáveis sobre as várias fases do projeto.
Espírito de equipa
Numa empresa, é importante teres em mente que todos estão a trabalhar para o mesmo objetivo comum. Por isso, como parte fundamental numa equipa, numa estrutura, numa organização lembra-te que quanto mais deres de ti mais vais receber em troca. Embora possas trabalhar grande parte do tempo sozinho, é importante saberes que a programação é um processo em equipa, na medida em que o teu trabalho passará sempre por outras pessoas, de diferentes áreas ou não, como outros developers, designers, testers, gestores de projeto, etc. Por isso, quanto mais útil fores para estas pessoas, mais elas serão úteis para ti para uma entrega final com mais valor.
Resiliência
Ser developer não é fácil, nós sabemos isso. Desde o arranque de um novo projeto, passando pelo seu desenvolvimento, testes e implementação, muitas podem ser as situações em que, seja por um motivo técnico ou não, és levado a momentos de frustração.
A capacidade de resiliência será uma competência chave para o teu sucesso. Na área da tecnologia irão existir dias difíceis que poderão até, no pior dos cenários, colocar o teu futuro nesta área em dúvida, com alguns sintomas da síndrome de impostor. Neste mercado estarás exposto a alguma volatilidade, não só tecnológica como de equipas ou clientes, podendo refletir-se no teu caminho com alguma frequência. Ser resiliente significa aceitares essas mudanças com paciência, sem que as mesmas te desviem do teu percurso.
Lembra-te que a resiliência será uma mais-valia em momentos de maior stress e que decisões importantes para a tua vida profissional e também pessoal, deverão são tomadas num estado neutro, livre de tensões negativas.
Mentalidade Problem Solver
Esta será sem dúvida uma das soft skill que deverás desenvolver ao longo da tua carreira tecnológica. Ter uma mentalidade problem solver conduz-te à resolução de problemas complexos através de um pensamento crítico. Mais importante que a tecnologia que utilizas para criar uma solução, a forma como desconstróis um problema e colocas as coisas em perspetiva para uma profunda análise crítica, é fundamental para a resolução de problemas. Lembra-te que os recrutadores estão atentos a essa capacidade de solucionar cenários mais complexos.
Por definição, um algoritmo tem na sua essência um conjunto de regras e procedimentos que os developers construíram com base na sua capacidade de solucionar um determinado problema. No entanto, a sua resolução surge pela capacidade de analisarem o tema dentro e fora do espectro tecnológico.
Criatividade
Por vezes, apenas precisamos de nos afastarmos e visualizarmos algo de uma perspetiva diferente. É o que separa as pessoas mais criativas das que não têm esta capacidade tão desenvolvida e a empregam na solução de problemas. Associamos naturalmente, mas de forma limitadora, a criatividade às artes, mas a verdade é que a mesma tem lugar em todos os campos da nossa vida pessoal e profissional. Um perfil de IT é alguém que à partida possui um pensamento crítico e criativo, capaz de ver mais que uma solução para um dado desafio e, dadas as circunstâncias, optar pelo caminho mais viável. Por isso, a melhor forma de desenvolver esta característica é realmente a prática. E sobre a prática, focamo-nos em áreas que vão para além da programação e que estão presentes na nossa rotina. O importante e interessante será explorares diferentes formas de abordar problemas.
Autoconhecimento
Não só na área tecnológica, mas um pouco por todas as profissões, é necessário possuir uma autoconfiança e consciência por forma a ser possível alcançarmos o nosso máximo potencial técnico e social. Demasiada humildade ou, por outro lado, demasiadas convicções poderão levar-te a um estado de paralisia face aos primeiros desafios que possas encontrar. A solução? Uma boa e recomendada dose de confiança. E neste aspeto podes ter um papel fundamental seja qual for o lugar que ocupes. Acreditamos que a confiança nas capacidades muitas vezes só precisa de ser estimulada e, irás tê-la em maior quantidade quanto maior for o contacto com ambientes desafiantes.
Muito frequentemente, vemos pessoas com capacidades suficientes, mas com receio de tentar e arriscar. Assim, se trabalhas com alguém mais júnior do que tu, o teu apoio pode ser decisivo e impactante o suficiente para o seu crescimento pessoal, derrubando barreiras psicológicas muitas vezes desnecessárias.
Em suma, a fórmula passa por mostrares confiança suficiente para saberes fazer aquilo que realmente dominas, mas com uma humildade intelectual que te permita nunca deixar de aprender, o que no fim irá dar sinais claros sobre a tua capacidade emocional, características também muito apreciadas pelos recrutadores.
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